quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Primeiro dia de aula! Tantantan!

Okay, pessoinhas. Cá está meu primeiro dia de aula, uma semana após ter começado, claro. Esse foi meu primeiro dia, da forma mais resumida possível:

Chegar na escola, achar o armário, abrir o armário, não conseguir abrir o armário, desistir, medo de chegar atrasada, onde é a sala?, cheguei, sentei, ótimo professor, energético, solitária, aula de trigonometria, menos solitário, professora gosta de intercambistas, assunto fácil, colegas engraçados, solitária, final da aula, aula de história americana, sotaque britânico, garotos engraçados, ‘você conhece o Neymar?’, futebol, Brasil, futebol, fim da classe, fitness X, me perder, insegura insegura insegura, ouvir, ouvir , ouvir, ir pro armário, comer metade do meu sanduíche, pegar os cookies, sair pela escola comendo, pagar taxas, sala de teatro, TEATRO, jogo do ‘creepy’, o que me assusta são estátuas de anjos, Clayton reconhece a referência, Dr. Who, Sierra, Karolin, aula de biologia, Lauren e Gabby, English 11, Kathy, Karolin and Lillie, fim da aula, voltar pra casa andando, esqueci minha chave, tô trancada pra fora, hmum me diz como entrar com a senha, não funciona, não funciona. Ufa consigo entrar. Não consigo achar a chave, oh, achei a chave, entro em casa. 

Fim

Em breve escreverei mais sobre o dia-a-dia na escola, o caminho até minha casa, as amizades que fiz, a peça da escola, a festa sexta feira, e o que mais eu tiver! Se sintam a vontade pra mandar mensagens me perturbando pra eu escrever mais, porque sinceramente eu sou mestra em procrastinar.

Luiza Cristovam

Rainha da procrastinação e aluna oficial americana



domingo, 4 de agosto de 2013

A Saga do Purê de Batata, as Montanhas e os Desastres da Nossa Sociedade

Por motivos técnicos não pude postar isso ontem, me desculpem por qualquer confusão.

Aurora, 3 de agosto de 2013

Mencionei que comprei purê de batata instantâneo? O negócio sobre os EUA é que eles têm tudo no formato instantâneo, enlatado ou congelado. E eles têm purê de batata em pó. E eu, é claro, decidida a experimentar tudo que posso da fina culinária americana, resolvi experimenta-lo. Fiz a receita ontem.
Como tudo que eu fiz de micro-ondas deu errado até agora resolvi fazer a versão forno. Yay. Abro o saquinho, ponho o pó na panela com água fervente, misturo e deixo por cinco minutos. Ta da. Purê de batatas.

Agora, não vou dizes que ele é ruim. Ele tem textura de purê de batata dos bons pra falar a verdade, não os aguados. Vamos dizer que ele é algo quase, mas não exatamente, completamente diferente de purê de batatas (alguém por favor entenda essa referência eu imploro).

O gosto dele não é de puré. Mas também não é um gosto ruim. Claro, o meu não tinha gosto o suficiente, então, como boa americana, taquei queijo cheddar e bacon. E esse foi meu almoço. E ele não foi ruim.
Mas a que ponto chegamos que nem mais podemos cozinhar batatas? Que temos que usar um pó mágico, artificial e criado em laboratórios, para comer batatas?  Americanos são estranhos, e eu, claro, os adoro.

Saindo do assunto batatas, hoje minha mãe me levou pra conhecer a família. Bem, quando eu digo a família eu quero dizer parte dela claro. A família dela é enorme. Hoje conheci minha tia e duas primas.

No caminho pegamos trânsito, mas dessa vez nem me importei muito. Por quê? Montanhas. O Colorado tem montanhas incríveis. Eu adorei passar e ver as montanhas da forma que as vi. Acho que é uma das coisas mais lindas por aqui. Talvez eu escale uma um dia. Definitivamente vão me levar pra uma das partes turísticas das montanhas, isso eu sei.


Minha mãe também me levou pra comprar tênis esportivos que eu precisava pra aula de ginástica, e minha tia me fez a super gentileza mesmo, de me levar em uma loja pra comprar jeans antes que as aulas começassem e eu só tivesse dois pares.  Mas compras são chatas então passamos pra outra (pera um pouco antes: COMPREI UMA CAMISA DE HOGWARTS! Tá pode continuar agora)

Minha tia é bem legal! Almoçamos hoje no shopping onde minha prima mais velha, Catherine, tá trabalhando. Comi comida chinesa, que é claro, é completamente diferente da comida chinesa brasileira. Mas é gostosa. Com Catherine indo trabalhar, passei a tarde com Danielle, minha outra prima, de 15 anos. Ela foi bem legal e fomos assistir a um filme. O ingresso custou 1,75 U$. Compramos um monte de doces que ela me indicou como os ‘’tipicamente americanos de se comer no cinema’’ e foi uma experiência legal. Gostei particularmente do algodão doce de saquinho deles.

O filme que assistimos foi um filme supostamente infantil. Chama-se The Croods (Os Croods). Conta à história de uma família de pessoas-das-cavernas. O filme me fez rir um monte, tipo, chorar de rir mesmo. Mas ele também me fez quase chorar de tristeza.

O pai da família Crood, Grug, se sente responsável pela segurança da família. Tipo, muito responsável. Eles vivem em cavernas e nunca saem delas, porque assim é ‘mais’ seguro. Grug todo tempo sacrifica viver em favor de sobreviver. E eu não gostei disso nem um pouco. Aqueles que abrem mão da liberdade por um pouco de segurança não merece nem um nem outro, e tudo mais. (A frase é de Bem Franklin tá?) Esse é o tema óbvio do filme. Mas eu também vi outro.

Voltando a Gruhu então. Ele sacrifica a liberdade da família por segurança e isso os mantem vivos por mais tempo que todas as outras famílias-das-cavernas. Tá bom, ele não tinha o direito de fazer essa escolha por todos, mas se tem que admitir que pelo menos o cara manteve a família viva. Mas ai vem um problema. A família é jogada fora da sua zona de conforto no filme, e Grug ainda se sentindo responsável pela segurança de todos, comete erro após erro após erro. Eu queria botar ele no colo. Afinal, quem foi que disse que era essa sua obrigação? Que sociedade triste é essa que obriga uma pessoa somente, a ser responsável pela segurança de todas as outras mesmo que elas nem a queiram?  Na família de 6, 4 podem se cuidar sozinhos, muito obrigada.

Colocando essa discussão de lado, entretanto, os erros que Grug comete durante o filme me fizeram sofrer. No final, o cara só tava tentando fazer o seu melhor. Ele só não consegue se adaptar a situação e, é bem verdade que dei muitas risadas da cara dele, mas ele só quer manter todos a salvo. E no fim, é ele que quase me fez chorar, e garanto esse filme não é pra crianças, gente emocional, ou sei lá, eu. Porque as cenas finais com o Grug são tristes. E pai, eu amo você. Pra caramba.

Agora aos anúncios finais:

Feliz aniversário Lucas! Hoje é o aniversário de meu irmãozinho. Queria estar ai pra te abraçar, mas não posso. Mas eu amo você.

Hoje também foi o dia da Esther em uma comunidade que eu participo chamada Nerdfighteria. É o dia pra dizer a família e amigos ‘eu te amo’. Então aqui está pra toda minha família e amigos que estão lendo, amo vocês.

E o novo Doctor será anunciado amanhã. Se alguém me procurar e não me achar, eu provavelmente vou estar em posição fetal no chão por causa de emotions, ou morta porque o choque e as emoções foram muito grandes.

Luiza Cristovam


Há uma altura dessas vocês já sabem que sou insana né?

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

OFICIALMENTE UMA ALUNA DE HIGH SCHOOL

Aurora, 01 de agosto de 2013

Como prometido, cá estou eu pra contar-lhes sobre minha escola. O conto, claro começará com minha matrícula, que, obviamente, aconteceu na... Central de Escolas Públicas de Aurora.
Exatamente. Então lá fomos eu e minha mãe pra Central (que é bastante longe de casa por sinal). Ao chegar a gente entra em uma sala com um monte de gente também se matriculando.  Curiosamente a maioria era latina e se ouvia mais espanhol do que inglês. Whatever, a gente pegou o formulário preencheu tudo bonitinho, esperou na fila ai quando fomos atendidas é claro que por ser aluna de intercâmbio tem de se assinar outro formulário. Preenchemos este, pegamos outra fila, tiramos cópias do meu passaporte e fomos guiadas para outra sala de espera. Depois de um tempão fomos atendidas e ai foi bem rápido, a mulher olhou alguns documentos, assinou algumas coisas, nos fez assinar outro formulário (esse perguntava tipo, minha ‘raça’. Detalhe, não tinha opção de pardo então marquei a caixinha de Black e a de White.) e ai me deu meu papel que me confirmava como aluna do ensino público de Aurora. Tada!

Depois disso finalmente fomos para a escola! Que é enorme. Tipo, muito grande.

Minha escola é a Vista PEAK Preparatory, e ela é muito nova. Só começou a ter High School de 4 anos pra cá, e só começou a aceitar 11th e 12th grade de dois anos pra cá. Detalhe, 11th e 12th grade são iguais ao 2º e 3º ano do Brasil. Então, minha escola é bem legal por dentro, cheia de janelas e bem iluminada.
Quando chegamos fomos falar com Ms. Dainko, que é a pessoa que cuida dos horários e das aulas. Também conheci minha conselheira, que é tão nova que parece uma aluna! Ela duas me ajudaram a escolher minhas aulas. A maioria dos juniors, que são o pessoal da 11th grade tem 6 aulas com um horário livre. Mas esse horário livre pode ser substituído por uma aula, e isso que decide fazer. Ao contrário de tê-lo resolvi pegar piano, que eu sempre quis aprender, mas nunca tive a oportunidade. Eu tenho duas classes obrigatórias por causa do programa: Inglês e História americana. Meu inglês é English 2, ele é uma mistura de literatura, redação e gramática pelo que eu entendi. Peguei US History, claro, e também peguei Biologia que é minha ciência favorita. Além disso, eu precisava de uma matemática e eu resolvi pegar Trigonometria e Matemática Analítica pra não perder o assunto que tá dando no Brasil, mas eu posso mudar se estiver muito complicado e pegar Álgebra e Geometria 2. Eu também tenho Teatro, e Fitness – que é uma classe de Ed. Física especial só para meninas, e com exercícios diferentes de tipo, futebol e basquete.

Mr. Dainko é inglesa e no meio da conversa ela parou pra me perguntar s emeu professor de inglês era da Inglaterra. J Quem me conhece e já me ouviu falar inglês sabe como é meu sotaque. De qualquer forma, só uma menção do meu teach Luciano Gomez. Mesmo nem estando presente, as pessoas ainda pensam que ele é inglês. E uma menção a minha professora Fabi, que foi a primeira a me fazer falar em inglês.

Depois de escolher minhas aulas eu minha mãe saímos pra perguntar sobre livros escolares e fomos falar com Ms. McCallen que é quem cuida desse tipo de coisa. Ela nos informou que os livros são entregues no primeiro dia de aula e também olhando meus horários disse que eu só tinha pegado ótimos professores! Eu conheci minha professora de história, e ela é realmente muito simpática. Na verdade todas foram muito simpáticas comigo, não tenho do que reclamar.

Finalmente, demos uma volta pela escola pra eu me familiarizar com os caminhos. Achamos todas as salas de aula e meu armário, que é um dos de cima! Yay. Mas meu colégio é bem organizado, tipo, nos corredores. Ele tem três alas: Princeton, Harvard e Yale. Yale fica no andar de cima e é onde tem as salas de matemática e algumas ciências. Princeton fica no andar de baixo e tem as salas de inglês e literatura. Já Harvard tem as salas de estudos sociais, incluindo a minha de história e fica do lado de Princeton. Meu armário, por acaso é em Princeton, ele é o P371. Já minhas aulas ‘divertidas’, teatro, piano e fitness, ficam do outro lado da escola, onde têm os ginásios, o auditória, as salas de música e de artes. Eu achei bem legal, mas tenho certeza que vou me perder e ainda não consegui abrir meu armário.

De qualquer forma, minha escola parece legal. As aulas começam 6 de agosto e dia 16 tem uma Dance, tipo um baile né, de boas-vindas ao colégio. Eu não acho que eles tenham o Homecoming mesmo, nem a semana, nem a festa. Pena. Mas whatever, pelo menos eles tem um baile (vou ou não vou? Hm). E eles também têm uma peça que eu vou tenta participar, ela é antes de dezembro então ainda estou por aqui. As audições são dia 16 também, acho.

Depois de tudo isso ainda fomos nos encontrar com minha coordenadora, Kathy Biggins, que é um amor! Eu adorei ela. A gente conversou bastante e ela é muito legal. Ela me deu uma toalha muito fofa com meu nome bordado, e me deu um pedaço de cheesecake pra levar pra casa, que acabei comendo como café-da-manhã na terça. 

Quando acabamos o jantar, fomos pro Wal-Mart comprar material escolar. Comprei cadernos de uma matéria pra cada aula. Dois fichário e papel monobloco. Eu meio que segui a lista que o colégio me deu de materiais. Também comprei lápis-de-cor e uns papeis estranhos de tomar notas. Além de material de estojo básico né?

E fim. Essa foi minha segunda feira.

O resto dos meus dias tem sido entediante, pra falar a verdade, com minha mãe trabalhando todo dia, passo os dias assistindo televisão ou mexendo no computador ou brincando com Smokie. Já levei ele pra passear e tudo mais. Outra coisa que eu passo tempo fazendo é inventando o que comer. Eu ainda não me sinto confortável o suficiente pra fazer biscoitos ou comida de verdade por aqui, então eu sempre acabo fazendo salada ou comida de micro-ondas ou os dois. Já experimentei Mac and Cheese, manteiga de amendoim com geleia, lunchables (nem pergunte), pizza de pepperoni, e etc. De noite mum chega em casa, prepara o jantar, ai a gente janta juntas, eu lavo a louça e passamos a noite juntas, até dar tipo 10 horas porque ai eu fico com muito sono e vou dormir.

Luiza Cristovam

A garota sem nada pra fazer no momento